Com o balanço divulgado pelo Ministério da Educação (MEC) sobre o Plano Nacional de Educação (PNE), a vigência do Plano foi o principal tema nas editorias de Educação, em junho. Os recursos educacionais também tiveram destaque na mídia nacional.

O balanço divulgado pelo MEC sobre o Plano Nacional de Educação, implementado em 2014, revela que apenas um dos 20 objetivos previstos foi cumprido integralmente nestes quatro anos. O documento diz ainda que quatro objetivos foram descumpridos e outros dez dificilmente serão cumpridos – seja pela distância que estão do patamar estabelecido como objetivo, ou pelo ritmo de progresso que apresentaram nos últimos anos. Três metas foram parcialmente cumpridas e uma está próxima de ser integralmente conquistada. Até o momento, o país cumpriu apenas a meta 13, que determina o aumento na proporção de professores do ensino superior com pós-graduação.

“O ensino médio também não traz boas notícias. Assim como a etapa anterior, o médio não tem alcançado a meta desde 2013, quando o Ideb foi de 3,7 e a meta era 3,9. Em 2015, a nota ficou estagnada e ainda mais distante dos 4,3 estabelecidos pelo PNE”, revela a matéria de O Globo, que ouviu Andressa Pellanda, coordenadora de políticas educacionais da Campanha Nacional pelo Direito à Educação. Segundo ela, o PNE é necessário na garantia do direito à educação.

O balanço dos quatro anos de vigência do PNE também foi abordado pela Agência Brasil, pelo jornal Valor Econômico, site Rede Brasil Atual, site Carta Educação e pelo Estadão.

 

A Agência Brasil divulgou estudo lançado pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação, segundo o qual, o Brasil deveria investir até cinco vezes mais do que gasta hoje para garantir uma educação pública de qualidade da creche ao Ensino Médio. A situação mais emergencial é da educação infantil: de acordo com os cálculos do estudo, seriam necessários R$ 21.280,12 anuais por aluno para custear a oferta em área urbana, e hoje são pagos apenas R$ 3.921,67 por meio do Fundeb. No Ensino Médio, o valor atual precisaria aumentar em pelo menos 50%.

O tema também foi abordado por Caio Callegari, em artigo publicado no Estadão, no qual defende que, além de mais investimento, a educação básica precisa também de uma gestão melhor de recursos. “É importante que o País invista mais nos seus alunos da Educação Básica, sempre com responsabilidade e com a garantia de que cada centavo impacte positivamente nos resultados educacionais.”, afirma.

Ainda no âmbito das discussões sobre investimento em educação, matéria do jornal O Globo informou que o governo pretende subsidiar a redução do preço do diesel com cortes em Educação e Saúde. O MEC terá corte de R$ 205,1 milhões, dos quais R$ 150 milhões apenas em financiamento estudantil. Em outra reportagem do jornal, especialistas ouvidos pelo jornal criticaram a medida. Antônio Correa de Lacerda, economista da PUC-RJ, disse que o governo “dá um tiro no pé” e que “está favorecendo os acionistas da Petrobrás e os donos de transportadoras enquanto prejudica o cidadão.” O também economista Manuel Thedim (Iets) concorda e explica que o governo dá um passo pra trás, “tira dinheiro dos mais pobres”.

 

Além dos destaques acima, outros temas relevantes foram abordados: a evolução da Educação no Brasil desde o primeiro título do país na Copa, em 1958; as mudanças no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb); a importância da educação no combate ao racismo; e evasão escolar. Confira.

Especial combina marcos educacionais e conquistas no futebol.

De 1958 a 2018: Como evoluímos na educação desde o primeiro título na Copa, publicado no site Porvir.

“O Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) passará por mudanças, que começam a valer já na edição de 2019. As siglas Ana e Prova Brasil deixam de existir e todas as avaliações passam a ser identificadas pelo nome Saeb, acompanhado das etapas, áreas de conhecimento e tipos de instrumentos envolvidos.”

Aprimoramentos no Sistema de Avaliação da Educação Básica ampliarão a produção de evidências educacionais, matéria publicada na Revista Gestão Universitária.

“Uma educação de qualidade ensina a ética e o respeito às diferenças, busca a construção de uma sociedade sem preconceitos e sem violência”.

Educação deve ser arma contra o racismo, artigo publicado no site Carta Educação.

“Segundo levantamento realizado pelo Todos pela Educação, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) 2015, é preocupante o crescimento muito tímido no percentual de atendimento escolar entre 15 e 17 anos, sendo de 78,8% para apenas 82,6%, de 2005 a 2015. De acordo com o mesmo estudo, no Brasil, 2,5 milhões de crianças e jovens ainda estão fora da escola.”

Precisamos respeitar o jovem para que ele não saia da escola, entrevista publicada no Estadão.